[Cinema] Olmo e A Gaivota

13/10/15 por SERIECINEBOOKS

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Vida e arte, ficção e realidade.

Olmo e a Gaivota é um dos muitos filmes exibidos pelo Festival do Rio. E até dia 14 você terá a chance de conhecer esse e outros novos trabalhos, brasileiros e do resto do mundo.

Nesse longa acompanhamos um pedaço da vida de dois atores do Théâtre du Soleil, Serge e Olivia. Ambos se preparam para encenar A Gaivota de Tchekhov, mas quando a peça começa a tomar forma, o casal descobre que vão ter um filho. Inicialmente, Olivia continua trabalhando, só que a partir do quarto mês passa a ficar em casa, pois sua gravidez é de risco.

Quando então passamos a acompanhar Olivia no seu dia-a-dia, mergulhamos em seus conflitos internos, na sua busca por uma nova filosofia de vida e no desafio de interpretar a si mesma. Para mim esse é o ponto mais interessante do filme: ele é um documentário. Isso porém não fica claro logo de início. Só percebemos através de sutis comentários provenientes da pessoa por traz das câmeras. Mesmo assim o filme não possui para mim o caráter de documentário. Ele está tão envolvido com a poesia do teatro mesclada tão bem com a ficção e a realidade, que se me fosse dito que aquela voz é a consciência da personagem eu acreditaria. Na verdade, funciona melhor para mim assim do que de qualquer outro modo.

É uma proposta diferente, não estamos acostumados com isso. Devo admitir que se começarem a fazer mais documentários assim, eu que não gosto muito desse gênero, vou me tornar uma grande fã deles. Como há um toque de realidade no filme, podemos literalmente acompanhar as mudanças no corpo da atriz durante a gravidez. Nos apropriamos das suas inseguranças, sentimos seus medos e aproveitamos os bons momentos tanto quanto ela.

Acredito que o cinema está seguindo um bom caminho nesse aspecto, precisamos de mais filmes assim. E mais importante do que ter filmes assim, precisamos de cada vez mais pessoas dispostas a assisti-los. Eu particularmente só fiquei sabendo desse filme em específico graças ao Festival. Gostaria que esse e tantos outros filmes de arte tivessem maior visibilidade, não só aqui no Rio, mas em todo país.

Se você que agora lê essa crítica está no Rio, ainda dá tempo de ir ao festival! Tem filmes para todos os tipos de gosto. Recomendo Olmo e a Gaivota para todos aqueles que buscam a sutileza da arte e a sensibilidade do ser humano mesclados em uma peça de teatro que se chama vida.

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